quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


Entrevista: Mariana Felício, a ex-BBB que comanda o Pace Truck

Muita gente já ouviu falar na ex-BBB Mariana Felício. Mas o que a modelo paulista tem a ver com a Fórmula Turck e com o automoblilismo? Simples: é ela quem guia o Pace Truck, o caminhão-madrinha da categoria. Em uma entrevista exclusiva ao Yahoo!, Mariana falou sobre os bastidores de sua profissão nas pistas, o assédio, a categoria (na qual cumpre um contrato de dois anos) e sua vontade de um dia competir na F-Truck.


Você já gostava de automobilismo?
Eu sempre curti velocidade. Não automobilismo em si, mais sim velocidade, seja na água, no asfalto, ou em tudo que envolve isso. Automobilismo é claro que eu gostava també, mas não sabia que, estando mais presente, eu pudesse gostar tanto assim.

Como surgiu de você dirigir o Pace Truck?
Na verdade, foi um convite da Iveco. Eles fizeram uma pesquisa de quem poderia fazer o trabalho que eles gostariam, conversaram com o pessoal da Fórmula Truck e me indicaram. Aí, fui convidada. É um caminhão da Iveco que eu dirigo, aquele que fica à frente de todos os outros antes da largada. Foi assim, o pessoal da Iveco, juntamente com a organização da F-Truck, me convidou e eu aceitei.

Você já havia dirigido caminhões antes?
Nunca. Meu pai trabalhou uns dois anos com isso, puxando carga, quando eu ainda era bebê. Mas era um caminhão bem descuidado, não tinha maçaneta, era preso com cordas (risos). Eu tinha dois ano, mais ou menos. Eu me lembro que eu andava no colo dele, da minha mãe. Eles levavam meu irmão e eu para casa nesse caminhão e para passear. Sempre morei em sítio, em São Manuel, no interior de São Paulo, e a gente tinha muito essas coisas de maquinário pesado. Ele era técnico agrônomo, então tinha trator e tal. Eu dirigi uma vez ou outra, mas só brincando.

E como foi a adaptação para dirigir o Pace Truck?
De cara eu fiquei bem preocupada. É uma responsabilidade muito grande. Tem muita gente na pista etc. Então eu ficava bem apreensiva, principalmente na hora dos acidentes. Depois que fui treinando, fui ficando mais tranquila. A maior dificuldade foi o medo e a insegurança também. Depois, a reação das pessoas com uma mulher dirigindo.

O que acha de uma mulher ser piloto do Pace Truck?
É engraçado, todo mundo que me vê pilotando fala: " Nossa, que coisa louca, não acredito. O caminhão é muito bruto para uma mulher". Nunca é uma reação normal, mas eu acho legal. Meu caminhão é muito grande, então fica todo mundo curioso para ver como é, me perguntam como me sinto.

Outra coisa bacana que me deixa em contato com o público é o Truck Test. Eles reservam um horário antes da corrida, no domingo, para testar os caminhães. As pessoas que vão nos camarotes de cada marca dão um volta no passageiro do caminhão. Pode ser apenas convidado, ou alguém que venha queira comprar o caminhão. Ai a gente leva. Eu vou dirigindo. Cada marca tem seu piloto e eu represento a Iveco.

E tem o Truck Kids. É uma ação que a Dona Neusa Navarro faz e, em toda corrida, ela leva os caminhõezinhos em miniatura. É muito emocionante ver as crianças carentes no autódromo. A criança vai no volante e eu vou do lado, auxiliando. Eles vibram com isso tudo. É algo realmanete empolgante, uma das coisas que mais me animam neste trabalho.

A F-Truck é uma categoria com muitos homens tanto dentro quanto fora das pistas. Como você vê o assédio deles?
É um grande assédio, isso é verdade. Mas eu encaro isso de forma normal, como qualquer outro trabalho. Mas, mesmo tendo bastante homem, eles me respeitam muito na Fórmula Truck, com o maior carinho. Na verdade, a categoria tem um clima muito família. Eu achava que esse assédio seria maior, mas realmente é algo mais familia. Como eu disse, o assédio existe, mas passa batido, super natural.

O que mais te empolga na F-Truck? A corrida ou a festa em geral?
É um todo. Tem o show dos filhos da Neusa, que ficam fazendo manobras incríveis antes da largada e que é algo espetacular. A festa em si é ótima. A corrida também é impressionante. Na hora que começa a corrida, eu esqueço de tudo. É muito emocionante. Estar no grid na pista na hora da largada é algo realmente incrível.

Você já passou por alguma situação complicada desde que entrou na F-Truck?
Não. Deus tudo certo, graças a Deus. Teve corrida na qual eu entrei quase dez vezes na pista por causa dos acidentes, óleo no traçado etc. Nesse tipo de situãção, a adrenalina fica lá no alto, mas nunca aconteceu nada arriscado, felizmente.

O que você acha das mulheres na categoria, a Débora Rodrigues e agora a Cristina Rosito?
Eu acho que super bacana. Eu acho que as mulheres estão entrando em tudo cada vez com mais força, em todos os ramos. Sobre a Débora, quem conheço melhor, gosto da fibra dela, de como ela se porta, o jeito dela correr. Eu apoio e muito as mulheres nas pistas e quero que cada vez mais ela tenham espaço para isso.

Tem vontade de competir algum dia na categoria?
Tenho. Não sei se tenho talento, mas vontade eu tenho (risos). O pessoal pergunta sobre isso, mas ainda é uma coisa distante. Sempre que rola alguma brincadeira de kart e coisas do tipo eu participo. Mas não existiu nenhum teste e tal. Quero terminar os dois anos de contrato que tenho com o Pace Truck e se, depois disso, de repente surgir um convite, talvez eu faça um teste sim. Se alguém achar que eu tenho potencial pra correr, faço sim. Competir é muito diferente de apenas dirigir, precisa te isso já dentro de você, a velocidade e tal. Mas, se rolar uma oportunidade, eu encaro na hora.

Como é seu relacionamento com os pilotos? Torce por algum?
Sim. Tenho muitas amizades dentro da Fórmula Truck, principalmente com o pessoal da Iveco, mas também com outros competidores. Torço sempre pelo Beto Monteiro, pela Débora, pelo Fred Marinelli. Mas não tenho um favorito. Tenho amizade com bastante gente e torço para eles se darem bem nas corridas.

Fonte: [Confira]